Nesse texto, explicaremos cada caso de forma didática. Mas antes é preciso diferenciar alguns tipos de pneus:

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Como deve ser realizado o rodízio?

Antes de fazermos uma divisão didática, é importante mencionar que o tema é polêmico, já que há casos em que fabricantes diferentes de pneus recomendam um tipo diferente de rodízio para um mesmo tipo de pneu.

As regras que vamos abordar aqui são as mais comuns, mas vale ressaltar a importância de verificar a parte que trata do tema no manual do proprietário do seu carro, como também consultar o departamento de pós-vendas da concessionária representante da marca.

Carros com tração dianteira

Em carros com motor e tração dianteiros, o desgaste dos pneus da frente tende a ser maior. A principal metodologia de rodízio para os pneus desse tipo de carro é chamada de “cruzamento dianteiro”: os pneus traseiros são ados para a posição dianteira do carro invertendo os lados, enquanto que os dianteiros são ados para trás, mas mantendo o lado do carro em que estavam.

Porém, como explica Flávio Santana, Gerente de Produto da Michelin América do Sul, atualmente é muito comum "se fazer o rodízio colocando os pneus que estavam na dianteira no eixo traseiro, conservando o lado em que estavam originalmente". Essa metodologia também é correta para esse tipo de carro.

Também pode ser realizado o “X” completo, com o dianteiro direito trocando de lugar com o traseiro esquerdo e o dianteiro esquerdo trocando de lugar com o traseiro direito, mas esse método é menos comum hoje em dia.

Contudo, vale lembrar que os procedimentos citados acima valem apenas para pneus normais e assimétricos não unidirecionais. Ah, e se eles forem assimétricos, não esqueça de respeitar o lado do pneu que deve estar virado para fora.

No caso de pneus unidirecionais, os traseiros devem ser trocados de lugar com os dianteiros sem inverter os lados.

Carros com tração traseira

Em carros com tração traseira, os pneus traseiros tendem a ter um maior desgaste. Nesses carros, o procedimento mais comum a ser feito é o "cruzamento traseiro": os pneus dianteiros são ados para o eixo traseiro, invertendo o direito com o esquerdo. Os que estavam atrás são ados para frente mantendo os lados em que estavam.

O "X"completo também pode ser feito caso o desgaste entre pneus dianteiros e traseiros esteja uniforme.

No caso de pneus unidirecionais, os traseiros devem ser trocados de lugar com os dianteiros sem inverter os lados.

Veículos com tração integral (4x4)

Em veículos com tração integral "sob demanda", nos quais a tração é normalmente dianteira ou traseira e o carro só ativa a tração nas quatro rodas quando há necessidade, costuma-se utilizar o método de rodízio para a tração padrão do veículo quando a integral não está ativada.

Mas atenção, pois há um outro ponto ao qual deve-se estar atento: nesses veículos, o rodízio dependerá muito do tipo de pneu utilizado e do uso que se faz do veículo, afirma Flávio. Um uso predominante em asfalto irá gerar um desgaste mais rápido somente no eixo de tração e, normalmente, os pneus utilizados nesses veículos são pneus próprios para uso em asfalto. Nesse caso, diz o especialista, o rodízio tradicional mudando a posição da dianteira para a traseira conservando o mesmo lado pode ser suficiente para manter os desgastes dos pneus equilibrados entre eles.

Mas Flávio afirma que, no caso de uso de pneus mais específicos para o off-road, que tendem a apresentar um desgaste irregular no uso do asfalto, é recomendado o rodízio em “X”, ou seja, o pneu traseiro direito vai para a dianteira esquerda e assim por diante.

nos veículos com tração permanente nas quatro rodas, a história é um pouco diferente. Nesses veículos normalmente não há necessidade de rodízio nos pneus porque a tendência é que os pneus já tenham um desgaste por igual entre eles, afirma o especialista da Michelin. No entanto, é importante uma avaliação periódica para confirmar se o desgaste realmente está equilibrado entre os pneus ou não.

Nem sempre as respostas são simples e, por isso, recomendamos que os usuários busquem uma revenda de pneus de confiança para avaliar o desgaste dos pneus e fazer o rodízio mais indicado a cada situação específica. Um usuário comum não tem a obrigação de saber esses detalhes e, por isso, essa é a recomendação que consideramos mais segura para o condutor.

Rodízio para carros com pneus dianteiros e traseiros com dimensões diferentes

No caso carros com pneus dianteiros e traseiros com dimensões diferentes, o rodízio deve ser feito entre os dois dianteiros, o da direita trocando de lugar com o da esquerda. Nos traseiros, a mesma coisa. Isso, claro, se eles não forem unidirecionais.

Veja como deve ser feito o rodízio de pneus quando os dianteiros e traseiros tem dimensões diferentes •
Veja como deve ser feito o rodízio de pneus quando os dianteiros e traseiros tem dimensões diferentes •

O manual do Chevrolet Camaro, por exemplo, especifica que, como os pneus dianteiros e traseiros tem largura diferentes, pneus dianteiros não devem ser ados para o eixo de trás durante o rodízio, ou vice versa.

Com qual frequência deve ser realizado o rodízio?

A frequência recomendada para o rodízio de pneus pode variar de acordo com o fabricante e modelo do veículo. No geral, recomenda-se realizar o procedimento em um intervalo que varia de 5 mil a 10 mil quilômetros. No manual do proprietário do Hyundai HB20, por exemplo, que tem tração dianteira, recomenda-se “realizar rodízio de pneus a cada 10.000 km ou assim que o desgaste irregular começar a aparecer”.

O estepe deve participar do rodízio?

O estepe só pode participar do rodízio se ele tiver as mesmas dimensões dos demais pneus, o que é incomum em carros mais modernos. Mesmo que esse seja o caso no seu carro, vale lembrar que o estepe não possui desgaste, diferentemente dos demais pneus que já estão acoplados aos eixos do carro.

Além disso, ele muitas vezes fica completamente exposto ao tempo (no caso de alguns utilitários) ou a altas temperaturas (se estiver no porta-malas). Por conta desses fatores, há especialistas que não recomendam a inclusão do estepe no rodízio dos pneus.

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