Entre os líderes presentes estavam o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o chinês XI Jinping e muitos ditadores como Nicolás Maduro (Venezuela), Díaz Canel (Cuba) e Aleksandr Lukashenko (Belarus).

Mantendo as tradições do Kremlin, a parada envolveu milhares de militares, blindados e vários jatos da força aérea russa.

Os russos utilizaram, inclusive, armamentos que estão sendo empregados na guerra na Ucrânia, como drones, por exemplo.

Tudo grandioso e milimetricamente planejado para demonstrar força no cenário internacional e incentivar o patriotismo e apoio ao governo internamente.

A transmissão do evento não perdeu nenhuma oportunidade de mostrar cada um dos líderes presentes, todos recebidos pessoalmente por Putin.

O líder russo, por sinal, ou quase o tempo todo ao lado do mais poderoso dos presentes: Xi Jinping.

O chinês entrou na Praça Vermelha acompanhando o anfitrião, sentou ao lado dele, conversaram durante o evento e ainda depositaram flores no túmulo do soldado desconhecido juntos.

Vladimir Putin e Xi Jinping em desfile do Dia da Viória em Moscou 09/05/2025 • Ivan Sekretarev/Mikhail Korytov/Host agency RIA Novosti/Divulgação via REUTERS
Vladimir Putin e Xi Jinping em desfile do Dia da Viória em Moscou 09/05/2025 • Ivan Sekretarev/Mikhail Korytov/Host agency RIA Novosti/Divulgação via REUTERS

Tudo isso se explica já que a China é o grande aliado da Rússia no cenário mundial e, indiretamente, na guerra na Ucrânia.

Foi o comércio com os chineses que permitiu, em grande parte, que Moscou resistisse às enormes sanções aplicadas sobre sua economia desde a invasão do país vizinho.

No seu discurso, Putin também fez um aceno ao ocidente e ao presidente Donald Trump, quando afirmou que a Rússia jamais vai esquecer a contribuição para a vitória dos combatentes da resistência contra os nazistas e dos exércitos aliados.

O líder do Kremlin acrescentou ainda: do “corajoso povo da China”, num claríssimo sinal da importância dos chineses para o seu regime.

Segundo ele, “todo o país e a população apoiam os participantes da operação militar especial”, numa referência à guerra na Ucrânia.

Putin declarou que a Rússia é “uma barreira intransponível contra o nazismo, a russofobia e o antissemitismo”.

Durante um jantar de recepção aos líderes, Putin fez um brinde “à vitória” — numa referência provavelmente dupla ao resultado da Segunda Guerra Mundial e ao que ele espera conseguir na Ucrânia.

O presidente também faz comparações constantes entre o exército russo e os militares soviéticos que lutaram e derrotaram os nazistas — num claro apelo político ao patriotismo dos russos.

Lula presente

O presidente Lula foi um dos raríssimos líderes democráticos presentes no evento, o que levou ao agradecimento de Putin mas também a críticas do governo ucraniano.

Foi recebido com honrarias pelo russo e ficou ao lado dele no jantar de gala oferecido aos líderes que vieram a Moscou, na noite de quinta-feira (8).

Xi Jinping ficou do outro lado de Putin. Os três estão entre os líderes mais importantes dos Brics.

Kiev entendeu a presença do líder brasileiro na parada como um gesto de apoio aos russos, o que inviabilizaria o papel que Lula vem buscando de potencial mediador da guerra entre os dois países.

O presidente brasileiro conversou por telefone, na véspera da parada, com o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, uma das grandes ausências em Moscou.

O indiano confirmou presença, mas resolveu ficar em Déli devido aos conflitos com o Paquistão em torno da região da Caxemira.

Lula já disse diversas vezes que defende um diálogo entre todos os lados para tentar resolver a guerra na Ucrânia.

Durante a visita, ele se reúne em um encontro bilateral com Putin para discutir, entre outras coisas, o conflito na Europa e também forças de resistir a medidas unilateralistas do presidente americano Donald Trump.

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