A AgriZone funcionará na sede da Embrapa Amazônia Oriental, em Belém, em uma área de 3.000 hectares dentro da capital paraense. O local que fica a menos de 2km do Parque da Cidade, onde ocorrerão os eventos oficiais da COP.

“Na AgriZone, a linha principal de ação será mostrar ao mundo o compromisso do produtor rural brasileiro com a sustentabilidade ambiental e segurança alimentar. Mostrar, por exemplo, que somos solução em aumentar produção de alimentos sem aumentar área cultivada. E desmistificar estigmas, narrativas e desinformação que surgem baseadas em informações não-fidedignas sobre o agro brasileiro”, afirmou à CNN Muni Lourenço, presidente da CNA (Comissão Nacional de Meio Ambiente da Confederação Nacional da Agricultura) e da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Amazonas.

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A ideia é utilizar o evento para que o agro saia de uma postura defensiva às críticas dos ambientalistas para uma postura ativa e propositiva.

São duas as mensagens-chave que o setor quer aproveitar a COP para ar ao mundo: a de que o Brasil é a solução para segurança alimentar no planeta, com uma produção sustentável e com tecnologia para aumentar a sua produção; e a de que o Brasil é uma referência em transição energética.

Muni explica que a aproximação com a Embrapa ocorreu dentro da necessidade de se aproximar da ciência brasileira para embasar com dados essas mensagens. “Na COP, haverá estreita participação do setor com a ciência brasileira para que ela possa, com isenção e credibilidade, ar ao mundo verdade sobre o agro e o esforço do produtor rural brasileiro adotar uma produção em larga escala com respeito ao meio ambiente”, afirma.

Alguns exemplos das práticas que o setor pretende exibir: integração lavoura-pecuária-floresta, métodos de recuperação de pastagens e fórmulas de fixação de nitrogênio no solo.

Para a Embrapa, a vantagem será apresentar seu papel na revolução agrícola brasileira dos últimos 50 anos. “Será um caso único nas COPs porque as discussões ficarão nas mesas oficiais da blue zone, no Parque da Cidade, e ali bem próximo haverá uma vitrine de exemplos claros de aplicação na prática no Brasil do que se está discutindo naquelas mesas”, disse à CNN Daniel Trento, Coordenador do Grupo de Trabalho organizador da Embrapa na COP30.

Trento disse que a palavra-chave da AgriZone será adaptação. “É um dos pontos mais importantes em debate nas COPs e a agricultura brasileira por si só é um caso de sucesso de adaptação de uma agricultura em zona temperada para uma agricultura em zona tropical”, disse.

A parceria com o setor privado envolveu a venda de cotas para a utilização do espaço. O maior parceiro até agora é o Serviço Nacional de Aprendizagem Rural (Senar).

Dias temáticos e visitas

Dentre as ideias, estão permitir que as principais cadeias produtivas do agro brasileiro tenham um dia temático para realizar palestras e eventos e apresentar seu modo de atuar. Assim, haveria um dia específico para o setor de proteína, outro de grãos, outro de frutas, por exemplo.

Além disso, planeja-se que, nos dias setoriais cada ramo do agro, também exista espaço para que a área apresente suas tecnologias específicas. São exemplos a alta taxa de rastreabilidade na pecuária brasileira, a alta utilização de água irrigada no setor de frutas.

Em paralelo a isso, o setor do agronegócio organiza visitas de autoridades e empresários brasileiros e estrangeiros a propriedades rurais e projetos agropecuários brasileiros, inclusive em outros biomas que não o amazônico, para mostrar exemplos que o setor pretende ar.

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