Em determinado momento da história, a amiga dessa mulher diz pra ela a seguinte frase: “as pessoas odeiam mulheres felizes”. Quando eu vi essa cena, fiquei pensando nessa frase e me identifiquei muito. Por que a nossa felicidade incomoda tanto?

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Posso falar por mim. Eu consigo lembrar de muitas e muitas vezes em que me senti culpada por estar feliz – seja por causa de uma oportunidade profissional, uma conquista, um novo relacionamento. Eu já cheguei a esconder alguns momentos felizes de pessoas próximas por achar que eram “besteira” e que elas não ficariam felizes por mim. Como se aquilo fosse errado.

Isso acontece também no filme com a personagem. Depois de um divórcio bastante difícil, ela finalmente conhece uma pessoa legal, mas não consegue viver esse amor plenamente, porque o mundo inteiro diz que é errado. Detalhe: o ex-marido dela se separou também pra ficar com uma mulher mais nova, mas, nesse caso, a diferença de idade não importa, afinal, ele é homem. Deixa ele ser feliz.

Pra mulher, é muito mais difícil bancar essa felicidade. Dá muito trabalho nadar contra esse movimento que se estabeleceu há tanto tempo. Foi ele que ensinou a gente a “servir” e a priorizar o outro. Ou seja, se colocar em primeiro lugar incomoda quem se beneficia dele até hoje.

Uma mulher feliz, livre e independente é uma ameaça a quem tem o poder na mão, quase como uma forma de rebelião contra a ordem estabelecida.

Por isso, é tão importante que a gente bata no peito e não desista de ser feliz com as nossas escolhas. É uma luta coletiva. A nossa felicidade é a de outras mulheres também: ela encoraja e potencializa a nossa voz, num mundo que nos calou por tanto tempo.

Então, se você sentir aquela coisa gostosa no peito, não esconde. Vive essa sensação e grita pro mundo sem culpa nenhuma. Não tem nada de errado.

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