A diplomacia brasileira alega que o texto está fechado desde domingo (17) pelos negociadores dos países, -- conhecidos como "sherpas" -- e não deverá ar por uma nova avaliação mesmo diante de pedidos sobre pontos específicos, a exemplo do trecho que trata das guerras entre Rússia e Ucrânia e no Oriente Médio.
Segundo fontes do Itamaraty, países aliados a Kiev pediram a reconsideração após os ataques da Rússia à rede elétrica da Ucrânia.
O detalhe, segundo esses interlocutores do governo, está na linguagem do texto, por isso, a palavra "guerra" não deve ser mencionada, mas substituída pelo termo "conflito".
Outros países pediram reconsiderações sobre o clima, para que haja convergência entre o que virá no texto e o que sairá da COP29, no Arzebaijão.
Anteriormente, ministros do G20 chegaram a discutir o assunto em minúcias, com propostas que previram triplicar energia renovável e atingir neutralidade de emissões de gases. A declaração, no entanto, deve adotar um tom mais genérico sobre o assunto. Países do G7 reivindicam que grandes países emergentes arquem com custos de mudanças climáticas, o que estava concentrado em países ricos.
A igualdade de gênero e taxação dos super-ricos são outros dois assuntos alvo de questionamentos. A Argentina foi, pelo menos até agora, contra políticas de igualdade de gênero defendidas pelo Brasil e se recusou a documento prévio sobre o tema em específico.
A taxação dos super-ricos é um tema que contraria os argentinos, especialmente, depois da eleição de Trump. O governo de Milei havia concordado, mas recuou. Ainda há dúvidas sobre como o assunto virá na declaração final, durante das resistências do país vizinho.