O anúncio fazia os ADRs da Azul listados nos EUA despencarem quase 30% antes da abertura dos mercados norte-americanos.
O pedido, que deve colocar um freio em uma potencial fusão com a Gol, torna a companhia aérea a mais recente de uma série de empresas aéreas latino-americanas a enfrentar o processo de recuperação judicial após a pandemia.
"Tínhamos muitas dívidas no balanço, principalmente devido à Covid. Agora temos a oportunidade de limpar tudo", disse o presidente-executivo da Azul, John Rodgerson, em entrevista à Reuters.
A Azul citou que firmou acordos com seus principais parceiros financeiros, incluindo os detentores de títulos de dívida existentes, a arrendadora de aeronaves AerCap e os parceiros estratégicos United Airlines e American Airlines, para apoiar a reestruturação.
O acordo inclui um compromisso de US$1,6 bilhão em financiamento ao longo do processo, a eliminação de mais de US$2 bilhões em dívidas e um adicional de até US$950 milhões em financiamento em equity, afirmou a Azul.
"Acreditamos que podemos entrar e sair antes do final do ano", disse Rodgerson sobre o processo. "A saída às vezes é a parte mais difícil deste processo. Então, já estamos entrando com a saída em mente e com o financiamento garantido."
A iniciativa da Azul segue os os da Aeroméxico, da colombiana Avianca e de suas duas maiores rivais, Gol e LATAM Airlines, que buscaram recuperação judicial nos últimos anos devido a endividamentos elevados.
Desde o ano ado, a Azul tentava reestruturar seu balanço, tendo fechado um acordo com arrendadores de aeronaves para eliminar US$550 milhões em dívidas em troca de uma participação acionária de cerca de 20%, além de um acordo com os credores financeiros para levantar mais US$500 milhões.
Mas fatores como problemas na cadeia de suprimentos que atrasam entregas de aeronaves e planos de manutenção, e um real mais fraco ante o dólar, mantiveram a empresa sob forte pressão.
"O que eu costumava pagar em juros em 2019 aumentou 10 vezes com uma moeda 50% mais fraca", disse Rodgerson.
A Azul afirmou ter garantido um compromisso de financiamento do tipo DIP de cerca de US$1,6 bilhão junto a certos parceiros financeiros, o que pagará parte da dívida existente e fornecerá cerca de US$670 milhões em capital novo para reforçar a liquidez.
Na conclusão da reestruturação, os recursos do empréstimo serão pagos com uma oferta de direitos de ações de até US$650 milhões, apoiada pelos parceiros financeiros e com um investimento adicional de até US$300 milhões por United American, acrescentou a companhia.
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