A percepção, no governo, é de que essa alíquota mínima de 10% para a entrada de produtos em solo norte-americano deve se consolidar como um piso nas relações comerciais com os Estados Unidos — e que o Brasil, na prática, já opera com essa nova "tarifa mínima".

O argumento de pessoas em Brasília diretamente envolvidas nas conversas com a Casa Branca é que nenhum dos aliados estratégicos dos Estados Unidos — mesmo aqueles que colocaram forte esforço diplomático nas negociações — conseguiu eliminar completamente as taxações.

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Esse é o caso do Reino Unido, que, mesmo aliado histórico de Washington, só conseguiu abrir cotas de importação para aço e automóveis. Ainda assim, a tarifa de 10% foi mantida.

Um funcionário brasileiro coloca a questão da seguinte forma: de que adiantaria negociar exaustivamente e fazer grandes concessões aos Estados Unidos se o Brasil, no fundo, já foi contemplado com as tarifas adicionais mais baixas? Outros estão cedendo à Casa Branca para, no fim das contas, chegar ao mesmo tratamento já dispensado ao Brasil.

Com a leitura de que a nova taxação pode se tornar um “Custo Trump” para exportações ao mercado norte-americano, o governo brasileiro prefere focar em pontos considerados mais relevantes para a indústria nacional, como a abertura de cotas para aço e alumínio.

Em março, o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciou uma taxação de 25% sobre a importação desses produtos de todo o mundo com o argumento de fortalecer a indústria local.

As negociações do Brasil para flexibilizar essas tarifas começaram já em março. Os dois países chegaram a estabelecer um grupo de trabalho para tratar do tema.

Diversas videoconferências entre autoridades técnicas dos dois governos já ocorreram nesse período.

As tratativas são conduzidas principalmente pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (Mdic) e pelo Itamaraty.

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