De acordo com ele, o entendimento estabeleceu três pilares principais e inéditos: comércio e desenvolvimento sustentável; investimento e sustentabilidade; e o fortalecimento da presença das mulheres no comércio internacional.
No tópico de sustentabilidade, foram aprovados os "Princípios do G20 sobre Comércio e Desenvolvimento Sustentável", que guiarão políticas alinhadas ao crescimento econômico, à preservação ambiental e à inclusão social.
O Brasil defendeu que o comércio global deve reduzir a pobreza e promover benefícios compartilhados entre todos os países.
Em investimento sustentável, a proposta foi a inclusão de cláusulas em Acordos Internacionais de Investimento (AIIs). O Brasil defendeu que investidores, além dos governos, têm responsabilidade no desenvolvimento sustentável.
A ideia é atrair investimentos de longo prazo que respeitem essas metas.
Além disso, a participação feminina no comércio internacional foi uma prioridade do G20, segundo Alckmin.
O Brasil coordenou a criação de um documento de boas práticas do G20 para aumentar a inclusão das mulheres no comércio. O documento traz políticas que eliminam barreiras para as mulheres e destaca a importância de dados desagregados por gênero para políticas eficazes.
Alckmin também voltou a dizer que os países concordam sobre a necessidade de uma reforma da Organização Mundial do Comércio (OMC) e do Sistema Multilateral de Comércio. Para ele, é natural haver discordâncias, mas é necessário institucionalizar resoluções.
“Destaco a necessidade de fortalecermos politicamente a OMC para estabelecermos regras mais claras e evitar protecionismo. Fortalecer o sistema de solução de controvérsias, para o comércio internacional ter regras mais transparentes e claras para todos seguirem”, afirmou em coletiva de imprensa.
Nesse contexto, Alckmin classificou a presidência do Brasil no G20 como “muito bem-sucedida na questão de comércio e investimentos”.
Embora os avanços tenham sido significativos, os membros do colegiado item que os países precisam levar os pilares para negociações internas em cada nação para que sejam implementados.
Segundo o diretor do departamento de política comercial do Ministério das Relações Exteriores, Fernando Pimentel, nenhum acordo foi simplesmente aceito, e todos os países precisaram “ceder um pouco”.
“Não é só o Brasil que faz concessões, todos os países fazem. Quando o Brasil apresenta um texto, por exemplo, e outro país pede mudanças nesse texto, é uma negociação multilateral. Todos os países tiveram que ceder um pouco do que queriam”, disse em coletiva de imprensa.
Segundo ele, a ideia do G20 é “dar início” às discussões para “caminhar para o consenso”.
“O G20 naturalmente gera divergências, o papel da presidência é dar início a uma discussão que acreditamos que vai caminhar para o consenso. Nunca, na história do G20, o primeiro documento apresentado é adotado de imediato. Esse documento reflete, na verdade, uma convicção, um comprometimento político de encontrar um meio-termo para isso”, afirmou.
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