A China, maior parceiro comercial do Brasil, respondeu por US$ 44,9 bilhões do estoque do IDP, ou apenas 4,28% do total, de acordo com um relatório anual do BC divulgado esta semana.
Isso fez da nação asiática a sétima maior fonte de IDP do Brasil no país no ano ado, caindo do quinto lugar um ano antes para a pior posição da China desde 2016, quando ficou em 12º e contribuiu com apenas 2,87% do IDP.
Os dados ressaltam que, mesmo com a China se tornando a compradora dominante das exportações agrícolas, de mineração e de energia do Brasil, o peso de suas empresas como investidoras ainda é tímido em comparação com empresas dos EUA e da Europa, que têm operações de longa data no país.
Por outro lado, o IDP dos EUA no Brasil aumentou 56% em relação ao ano anterior para US$ 357,8 bilhões em 2023, impulsionado principalmente por maiores investimentos em atividades financeiras, de seguros e serviços relacionados.
Como resultado, os Estados Unidos contribuíram com 34% do estoque de IDP brasileiro no ano ado -- a maior participação registrada na série.
Os dados se concentram exclusivamente em participação no capital, que constitui cerca de 80% do IDP total, representando novos investimentos e excluindo operações intercompanhia, como empréstimos.
"Nós acreditamos que o Brasil e os EUA vão desenvolver uma boa relação política como em regra vêm desenvolvendo a cada nova mudança de ciclo político", disse Abrão Neto, CEO da Câmara Americana de Comércio (Amcham-Brasil), enfatizando que os números dos EUA refletem 200 anos de laços diplomáticos.
Lula tem cortejado investimentos dos EUA e da China para impulsionar o crescimento econômico na maior economia da América Latina.
Embora ele tenha expressado apoio a Kamala Harris na corrida presidencial dos EUA, ele rapidamente parabenizou Donald Trump -- conhecido por seus laços com o ex-presidente Jair Bolsonaro -- por sua vitória.
E apesar de ter garantido acordos de infraestrutura, energia e agronegócio durante uma visita recente do presidente chinês Xi Jinping a Brasília, seu governo não chegou a aderir formalmente à estratégia global de infraestrutura da China, a Iniciativa do Cinturão e Rota.
Welber Barral, ex-secretário de comércio exterior e sócio da consultoria BMJ, observou que os acordos do Brasil com a China podem melhorar a classificação do gigante asiático no IDP nos próximos anos, já que esses acordos geralmente levam tempo para se materializar em investimentos.
Por outro lado, as políticas de Trump destinadas a promover empregos nos EUA podem ter algum impacto no volume de IDP do país, disse Barral, embora menos do que em nações como México e Canadá, que "são fortemente dependentes da economia dos EUA".