O pedido para o reconhecimento foi formalizado pela Associação dos Cantadores Repentistas e Escritores Populares do Distrito Federal e Entorno, em 2013. A partir disso, o Iphan iniciou o processo de registro, com apuração detalhada do repente, com processo de documentação relacionada ao estilo e registro audiovisual. Foi concebido um dossiê produzido em parceria com o Departamento de Antropologia da Universidade de Brasília (UnB), aprovado com unanimidade durante a reunião.

A rima no repente corresponde a identidade sonora no fim dos versos. A métrica é a técnica de improvisar e as características da linguagem, como quantidade de versos, modalidade das estrofes e acentuação. A oração é a coerência e a qualidade do conteúdo.

No dossiê, são documentados mais de 50 modalidades de repente, dentre as quais são citadas os versos heptassílabos, cuja acentuação tônica obrigatória está na sétima sílaba, e decassílabos, em que o acento obrigatório está na terceira, sexta e décima sílabas de cada verso.

Existem registros da prática do repente desde o século 19 nos estados de Pernambuco e Paraíba. No século 20 a manifestação teve papel decisivo na difusão do rádio na região. Antes disso, a maior parte dos repentistas se apresentavam apenas em regiões rurais.

A partir da década de 1950 os cantores se fixaram nas grandes cidades da região procurando auxílio para atuação no estilo, e acabaram utilizando o rádio e o correio. A partir das décadas de 1980 e 1990 foram somadas as gravações de discos e a realização de festivais.

Revalidação de outras manifestações como Patrimônio Cultural Brasileiro

Durante a reunião foram apreciadas as revalidações do título de Patrimônio Cultural Brasileiro ao Círio de Nossa Senhora de Nazaré, do Pará, do Modo Artesanal de Fazer Queijo, de Minas Gerais, e o Modo de Fazer Renda Irlandesa, da cidade de Divina Pastora, no Sergipe.

De acordo com o Decreto 3.551/2000, os bens registrados como patrimônios culturais devem pelo menos a cada dez anos ar pelo processo de revalidação dos títulos.

 

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Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional)