Leia Mais
O CNN Esportes lista abaixo todos episódios que resultaram na reação das torcidas organizadas na tarde desta terça-feira (3).
Em 7 de janeiro de 2024, o então presidente do Corinthians, Augusto Melo, anunciou o maior contrato de patrocínio máster do futebol brasileiro com a casa de apostas VaideBet, com três anos de duração. Além disso, previa-se que o clube paulista recebesse R$ 370 milhões da empresa.
Muito comemorado de início, o negócio foi ganhando detalhes e causaria dor de cabeça aos torcedores corintianos.
As primeiras notícias sobre o suposto envolvimento de um laranja no contrato entre Corinthians e VaideBet começam a aparecer.
O assunto veio à tona após publicação do colunista Juca Kfouri, do portal Uol. A reportagem afirma que a empresa Rede Social Media Design LTDA, que intermediou o acordo entre a VaideBet e o Corinthians, reou parte dos valores pagos pelo clube em comissões para outra organização.
A outra organização seria a Neoway Soluções Integradas em Serviços LTDA, empresa que tem como sócia Edna Oliveira dos Santos, mulher que mora em Peruíbe, no litoral de São Paulo, e afirmou, em entrevista ao Uol, desconhecer o caso.
Antes da rescisão, a VaideBet já havia enviado uma notificação extrajudicial sobre o suposto caso de “laranja” no acordo do clube com a organização. No documento, a empresa diz que as acusações violavam uma cláusula anticorrupção presente no contrato.
Em meio a diversas polêmicas, em 7 de junho, após cinco meses, a patrocinadora decidiu rescindir o contrato com o clube do Parque São Jorge por conta da suspeita de um laranja no contrato firmado entre as partes.
"A marca avalia que não se pode manter a parceria enquanto pairar sobre o acordo qualquer suspeita em relação a condutas que fujam à conformidade com a ética e os preceitos legais. Só a dúvida, no crivo ético da marca, já é suficiente para determinar a rescisão - que foi exercida pela VaideBet suscitando cláusulas do contrato que protegem direitos da marca nessa decisão", escreveu a VaideBet, em nota.
O rompimento unilateral do vínculo partiu justamente da cláusula anticorrupção, precedente aberto diante das investigações da Polícia Civil sobre a possibilidade de um contrato fraudulento por parte do Corinthians.
O vínculo também foi investigado por parte do Conselho Deliberativo do Corinthians. Sérgio Moura, então diretor de marketing do clube paulista, pediu afastamento até o fim das investigações.
Tudo isso gerou outros problemas nos bastidores do Corinthians. Yun Ki Lee, diretor jurídico, foi mais um a pedir para sair depois que a presidência não cumpriu a promessa de afastamento de Marcelo Mariano, diretor istrativo que foi um dos investigados no caso VaideBet, mas permaneceu no clube.
Em 26 de agosto, noventa conselheiros do Corinthians protocolaram um pedido de impeachment contra o presidente Augusto Melo, citando o caso VaideBet como principal motivo.
Uma liminar impediu a votação do impeachment de Augusto Melo no Conselho Deliberativo do clube.
A votação do impeachment é retomada, mas suspensa após longa demora na aprovação da issibilidade do processo.
No dia 3 de abril, Augusto Melo e ex-diretores do Corinthians foram intimados a depor no caso VaideBet.
O Conselho de Ética do Corinthians, supostamente, decide afastar Romeu Tuma Júnior da presidência do Conselho Deliberativo, sob argumento de parcialidade nas decisões. A decisão polêmica faria diferença somente em maio, na tentativa de retorno de Augusto Melo após sofrer impeachment.
Augusto Melo presta depoimento à Polícia Civil na condição de investigado no dia 16 de abril e nega as irregularidades.
No fim do mês, Augusto Melo enfrentaria mais uma crise política: a reprovação das contas do primeiro ano de mandato, por parte do Conselho.
Pela primeira vez em quatro anos, o Corinthians voltava a apresentar déficit, no valor de R$ 181 milhões, em relação ao primeiro ano da gestão de Augusto Melo
Ao todo, a dívida do Timão aumentou em R$ 600 milhões com a nova gestão. A diretoria de Augusto Melo alegou que praticamente metade do valor foi pago por conta de juros deixados por gestões adas.
Conforme revelado por reportagem da CNN, um relatório de análise das movimentações financeiras, elaborado pelo delegado Tiago Fernando Correia, responsável pelo caso, apontava que parte do patrocínio da empresa VaideBet foi reado pelo intermediário Cassundé até chegar em uma conta vinculada ao PCC.
Pelo menos R$ 870 mil foram parar na conta da UJ Football Talent, intermediação citada por Vinícius Gritzbach, morto em novembro de 2024, no Aeroporto de Guarulhos, em delação feita com promotores de Justiça sobre contas laranjas da organização criminosa.
Ainda de acordo com o delegado, conforme publicado pela CNN, o pivô do caso VaideBet, Alex Cassundé esteve no Parque São Jorge, sede do Corinthians, no dia em que começou a rear valores da comissão recebida à empresa laranja.
A polícia descobriu que o empresário esteve no clube pelo Estação Rádio Base (ERB), ou seja, método de investigação que confronta os dados do aparelho com as antenas de uma certa região, que pôde atestar que Cassundé esteve no Corinthians na parte da tarde entre 15:57 e 16:18.
No dia 25 de maio, o Conselho de Orientação (CORI) do Corinthians recomendou por unanimidade o afastamento imediato de Augusto Melo do cargo por gestão temerária, citando contratos sem licitação, ausência de documentos e falta de balancetes auditados.
No dia 26, Augusto Melo foi oficialmente afastado da presidência do Corinthians. Em votação realizada no Parque São Jorge, conselheiros do clube aprovaram o processo de impeachment. Osmar Stábile assumiu de forma interina o comando do clube.
Na tarde desse sábado (31), Augusto Melo tentou retornar à presidência do clube paulista por meio de uma manobra nos bastidores, com aliados.
Maria Angela de Souza Ocampos, primeira secretária do Conselho Deliberativo, alegou que todas decisões de Romeu Tuma Júnior a partir do dia 9 de abril deveriam ser anuladas, já que ele supostamente havia sido afastado.
Maria Angela disse que assumiu a presidência do Conselho Deliberativo do Corinthians com a suposta saída de Tuma. Ainda que seja primeira secretária, ela se colocou como a primeira na linha de sucessão, uma vez que o vice, Roberson de Medeiros, está de licença médica.
Na saída do Parque São Jorge, Augusto Melo afirmou que teria voltado à presidência do clube. Entretanto, Osmar Stábile, presidente interino, reiterou ainda ser o mandatário do Alvinegro.
No dia 2, Osmar Stábile definiu novos membros de sua diretoria com velhos conhecidos que foram ligados à gestão da chapa Renovação e Transparência, que durou 16 anos no poder até a chegada de Augusto Melo à presidência.
Agora, em 3 de junho de 2025, torcedores do Corinthians invadiram o Parque São Jorge, sede do clube, contra a atual situação política do clube.
Entre as principais reinvindicações, está uma mudança no estatuto do clube para que sócios-torcedores também possam votar nas eleições presidenciais do Corinthians. Atualmente, apenas cerca de 4,5 mil sócios estão aptos a votar.
Acompanhe Esportes nas Redes Sociais