A espécie de "manifesto" foi assinado por nomes como Andrés Sanchez, Ruben Gomes, o Rubão, André Luiz de Oliveira, o André Negão, Alexandre Husni, Elie Werdo, Luiz Wagner Alcântara, todos figuras conhecidas e fortes na política do clube do Parque São Jorge.
"Um ataque histórico, triste e vergonhoso ao Sport Club Corinthians Paulista. O 31 de maio de 2025, infelizmente, será lembrado como o dia mais vergonhoso da centenária história corinthiana", começou o documento, que aponta a tentativa de Augusto Melo e seus aliados como um "golpe" contra o clube.
"Tal episódio, que contou com todos os ingredientes de um golpe, não apenas prejudica a imagem do Corinthians perante a sociedade, mas também fere diretamente o espírito de civilidade, respeito e responsabilidade que deve nortear a conduta de todos os que fazem parte da instituição", diz trecho do documento assinado pelos conselheiros - leia nota completa abaixo.
Presidente afastado, Augusto Melo e aliados foram à sede do clube tentar retomar o poder e chegaram a invadir a sala do presidente interino, Osmar Stabile.
A confusão terminou com intervenção da Polícia Militar e boletins de ocorrência abertos por ambas as partes, que alegaram ameaças e incitação à violência.
Apesar de Augusto Melo se autodeclarar presidente em exercício do Corinthians, foi Stabile quem representou o clube na partida contra o Vitória. Ele recebeu, inclusive, o técnico da Seleção, Carlo Ancelotti, presente ao jogo.
"Um ataque histórico, triste e vergonhoso ao Sport Club Corinthians Paulista
O 31 de maio de 2025, infelizmente, será lembrado como o dia mais vergonhoso da centenária história corinthiana.
A invasão sem precedentes à sede istrativa do Sport Club Corinthians Paulista por um grupo de associados liderados pelo presidente afastado, Augusto Melo, causou indignação não apenas pela violência e desordem, mas também pela clara violação dos princípios e deveres previstos no Estatuto Social do clube.
Tal episódio, que contou com todos os ingredientes de um golpe, não apenas prejudica a imagem do Corinthians perante a sociedade, mas também fere diretamente o espírito de civilidade, respeito e responsabilidade que deve nortear a conduta de todos os que fazem parte da instituição.
De acordo com o Artigo 24 do Estatuto do clube, os associados têm obrigações claras, como cumprir fielmente as normas internas (inciso B) e zelar pelo patrimônio do Corinthians (inciso E). As atitudes de quem participa de invasões, depredações ou intimida funcionários e dirigentes são incompatíveis com esses deveres e demonstram completo desrespeito à história e aos valores da agremiação.
Ainda segundo o mesmo artigo, também é dever do associado manter conduta adequada nas dependências do clube (inciso C), tratar com urbanidade todos os frequentadores e funcionários (inciso F), e, principalmente, não manchar a imagem do clube por qualquer meio (inciso H). As imagens e relatos da invasão foram amplamente divulgados na mídia, gerando prejuízos à reputação do Corinthians e alimentando conflitos que enfraquecem a união entre torcedores e dirigentes.
O Estatuto prevê penalidades para tais comportamentos. O Artigo 25 estabelece sanções como advertência escrita, suspensão e até desligamento, garantindo o direito de defesa aos acusados. Já o Artigo 27 prevê que é ível de suspensão qualquer associado que reincida em infrações, tenha comportamento agressivo ou pratique atos condenáveis, como os que ocorreram durante a invasão.
Além disso, é importante destacar que Augusto Melo tentou orquestrar um golpe institucional ao se recusar a acatar a decisão soberana do Conselho Deliberativo, que em 26/05/2025 votou e aprovou seu afastamento por meio de um processo de destituição. Para tanto, o presidente afastado utilizou pessoas que o apoiam na tentativa de reverter, de maneira ilegítima e à revelia do Estatuto, uma decisão colegiada e soberana. Nenhuma articulação feita na calada da noite pode se sobrepor à vontade do Conselho, órgão máximo nas decisões do clube.
Dessa forma, é fundamental que todos os órgãos atuem com firmeza e transparência na apuração dos fatos, responsabilizando exemplarmente os envolvidos. Mais do que uma questão disciplinar, trata-se de preservar a integridade de uma instituição centenária, que representa milhões de torcedores apaixonados e precisa ser um exemplo de organização, respeito às regras e espírito esportivo.
Em tempos de intolerância e radicalismo, o Corinthians deve reafirmar seu compromisso com a democracia interna, o diálogo e o respeito à sua história e à sua torcida. O Estatuto é mais do que um documento jurídico: é o contrato moral que une todos os corinthianos em torno de um ideal maior — o amor pelo clube."