O suíço desenhou o troféu sob pressão: o prazo final era antes de seu casamento e lua de mel. “Tinha que estar pronto antes de 28 de março daquele ano”, disse.
Stadelmann fez os detalhes finais, e o gravador Fred Bänninger concluiu o trabalho. “Terminamos no prazo, felizmente”, lembrou o ourives.
A taça foi encomendada em 1967 pelo então secretário-geral da UEFA, Hans Bangerter. Com 73,5 cm de altura e 7,5 kg, foi criada pela joalheria suíça da família Stadelmann.
Jörg e seu pai, Hans, espalharam esboços no chão do escritório de Bangerter. “Ele dizia: os búlgaros vão gostar disso, os italianos daquilo... Montamos como um quebra-cabeça”, contou Stadelmann à UEFA.
O nome oficial da taça é Coupe des Clubs Champions Européens, ou Taça dos Clubes Campeões Europeus. Ao todo, foram necessárias 340 horas de trabalho para produzi-la.
A taça substituiu o troféu original da competição, usado de 1956 até 1967. O modelo anterior era bem diferente do atual, menor e com alças discretas.
As novas alças grandes e curvadas deram à taça o apelido de “Orelhuda”. Em francês, é chamada La Coupe aux Grandes Oreilles; em espanhol, La Orejona.
De 1969 a 2009, os clubes que vencessem cinco vezes no total ou três consecutivas levavam a taça original para casa. Hoje, esses clubes recebem apenas uma réplica — o troféu oficial permanece com a UEFA.
O Real Madrid ficou com o primeiro troféu, após vencer a edição inaugural. Até 1967, o clube já somava seis títulos. Hoje, lidera o ranking com 15 conquistas — o Milan vem atrás com sete.
Apenas cinco clubes têm a taça original em seus acervos: Real Madrid, Ajax, Bayern de Munique, Milan e, mais recentemente, o Liverpool.
Neste sábado (31), mais uma “Orelhuda” será levantada em Munique, seja por Paris Saint-Germain ou Inter de Milão. A tradição continua — e o troféu segue sendo o sonho de qualquer clube europeu.
Esse conteúdo foi publicado originalmente em