Segundo o analista sênior de Internacional da CNN, Américo Martins, esta situação está gerando preocupação entre os líderes europeus.
Os europeus argumentam que sua participação é crucial, considerando que o conflito ocorre em território europeu e que eles têm fornecido apoio significativo à Ucrânia. Além disso, buscam garantias de que a Rússia não realizará novas incursões militares contra outros países membros da Organização do Tratado do Atlântico Norte (OTAN) e da União Europeia no futuro.
Américo ressalta que as tropas europeias provavelmente seriam responsáveis por garantir a paz no terreno, caso um acordo seja alcançado, já que os Estados Unidos já declararam que não enviarão tropas para essa finalidade.
O analista enfatiza que qualquer acordo só terá legitimidade se incluir a participação da Ucrânia e dos países europeus.
O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, já afirmou que não aceitará nenhum acordo do qual não participe diretamente. Enquanto isso, os Estados Unidos alegam que o objetivo dessas conversas iniciais é "preparar o terreno" para discussões de paz mais amplas, buscando avaliar a seriedade das intenções russas.
A escolha da Arábia Saudita como sede das negociações se deve a três fatores principais, segundo Américo. Primeiramente, o país busca ampliar sua influência global, utilizando sua riqueza como "soft power". Em segundo lugar, o sucesso nessa mediação poderia credenciar a Arábia Saudita para participar de negociações em outros conflitos, como a guerra em Gaza.
Por fim, o príncipe da Arábia Saudita, Mohammed bin Salman, mantém excelentes relações com todos os lados envolvidos, incluindo Donald Trump, Vladimir Putin e Volodymyr Zelensky, o que facilita seu papel como mediador.
O presidente ucraniano, inclusive, deve visitar Riade no final desta semana para se informar sobre o andamento das discussões entre americanos e russos.