A analista destaca a complexidade do conflito sírio e suas implicações geopolíticas.
Segundo Magnotta, apesar de ter ficado fora do radar brasileiro por algum tempo, o conflito na Síria nunca chegou ao fim. "É uma guerra civil em curso há pelo menos mais de uma década", afirma a especialista, lembrando que a situação atual é um rescaldo da Primavera Árabe, quando vários países enfrentaram levantes contra governos estabelecidos.
A analista ressalta que o conflito sírio envolve interesses específicos de potências globais e regionais. Os Estados Unidos apoiam milícias anti-Assad, enquanto a Rússia é o principal aliado do governo sírio. Além disso, atores regionais como os curdos do Iraque e o próprio Iraque também estão envolvidos, tornando a situação ainda mais complexa.
Magnotta destaca que a Rússia, principal apoiadora de Assad desde 2011, enfrenta desafios em múltiplas frentes. Além da guerra na Ucrânia, o país lida com tensões na Geórgia, o que pode afetar sua capacidade de sustentar o apoio ao regime sírio.
A possível volta de Donald Trump à presidência dos Estados Unidos adiciona mais uma camada de incerteza ao cenário. Magnotta lembra que, em seu mandato anterior, Trump adotou uma postura mais condescendente com alguns interesses russos na região, focando no combate ao Estado Islâmico.
"A gente não sabe hoje, tantos anos depois e com o mundo evidentemente muito transformado, qual vai ser a conduta de Trump no caso específico da Síria e se ele vai de fato dar atenção a essa matéria", pondera a analista.
Diante desse cenário, Magnotta conclui que o enfraquecimento do regime Assad representaria um grande desafio para a Rússia, especialmente considerando os outros conflitos em que o país está envolvido e as incertezas quanto à posição dos Estados Unidos na região.