Os quase 200 países que am o Acordo de Paris tinham o prazo desta segunda-feira (10) para apresentar novos planos climáticos nacionais à ONU, definindo como eles planejam reduzir as emissões até 2035.

Até a manhã desta segunda-feira (10), muitos dos maiores poluidores do mundo -- incluindo China, Índia e União Europeia -- não tinham feito isso.

"O público tem o direito de esperar uma forte reação de seus governos ao fato de que o aquecimento global já atingiu 1,5 °C por um ano inteiro, mas não vimos praticamente nada de real substância", afirmou Bill Hare, presidente-executivo do instituto de ciência e política Climate Analytics.

O acordo climático de Paris de 2015 compromete as nações a tentar evitar que o aquecimento global ultrae 1,5 °C acima dos níveis pré-industriais.

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Até o momento, as ações ficaram muito abaixo dos cortes profundos de emissões que permitiriam atingir esse objetivo. O ano ado foi o primeiro a ultraar 1,5 ºC de aquecimento.

Entre as grandes economias que anunciaram novos planos climáticos estão EUA, Reino Unido, Brasil, Japão e Canadá -- embora se espere que Trump elimine a contribuição dos EUA da era Biden.

No mês ado, Trump ordenou que os EUA se retirem do Acordo de Paris e suspendeu alguns gastos federais com energia limpa.

O chefe do clima da ONU, Simon Stiell, falou na semana ada que a maioria dos países indicou que ainda produzirá seus planos este ano.

"Os países estão levando isso muito a sério, o que não é surpreendente, já que esses planos serão essenciais para determinar quanto dos 2 trilhões de dólares em expansão os governos poderão garantir", comentou Stiell, citando a quantidade de dinheiro investida globalmente em energia limpa e infraestrutura no ano ado.

"Portanto, faz sentido dedicar um pouco mais de tempo para garantir que esses planos sejam de primeira linha", acrescentou.

Mas o prazo perdido aumenta as preocupações de que a ação climática tenha caído nas agendas dos governos, com algumas autoridades sinalizando que a reviravolta dos EUA na política climática está atrapalhando os esforços de outras nações.

O chefe de política climática da UE, Wopke Hoekstra, disse à Reuters no mês ado que o ciclo de elaboração de políticas do bloco não se alinhava com o prazo da ONU, mas que Bruxelas teria seu plano pronto para a cúpula climática da COP30 da ONU em novembro, que acontecerá em Belém, no Brasil.

A China publicará seu plano climático "no devido tempo", afirmou porta-voz do Ministério das Relações Exteriores nesta segunda-feira (10).

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