O suspeito, Mohamed Soliman, tem esposa e cinco filhos, de acordo com os autos do processo. O status imigratório dos seis integrantes da família nos EUA, que estão atualmente detidos em Florence, Colorado, não está claro.

O FBI identificou Soliman como o único suspeito do ataque, no qual ele é acusado de usar um lança-chamas improvisado e coquetéis molotov para incendiar pessoas em um evento em Boulder realizado em apoio aos reféns em Gaza.

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A secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, confirmou na terça-feira que a família de Soliman foi levada sob custódia do ICE, acrescentando que autoridades federais estão investigando se eles sabiam ou deram apoio ao ataque de domingo.

“Hoje, o Departamento de Segurança Interna e o ICE estão levando a família do suspeito terrorista de Boulder, Colorado, e estrangeiro ilegal, Mohamed Soliman, sob custódia do ICE”, disse Noem.

Ela acrescentou: “Também estamos investigando até que ponto a família dele sabia sobre esse ataque horrível, se eles tinham algum conhecimento dele ou se lhe deram apoio.”

Soliman disse aos detetives depois de ser preso que "ninguém" sabia sobre seus planos de ataque e que "ele nunca falou com sua esposa ou família sobre isso", de acordo com o depoimento.

"Em vista do terrível ataque de ontem, todos os terroristas, seus familiares e simpatizantes terroristas aqui com visto devem saber que, sob o governo Trump, nós os encontraremos, revogaremos seus vistos e os deportaremos", disse o secretário de Estado Marco Rubio nas redes sociais na segunda-feira.

Soliman, que agora enfrenta acusações federais de crime de ódio e múltiplas acusações estaduais de crime grave, compareceu ao tribunal estadual na segunda-feira e deve comparecer ao tribunal federal na sexta-feira. A CNN entrou em contato com seu advogado para obter comentários. Não está claro se a família contratou um advogado.

Em uma entrevista com autoridades federais e locais após o ataque, Soliman disse que "queria matar todos os sionistas" e que estava planejando o ataque há um ano.

Ataque traz "memórias horríveis" da história judaica

Ao menos 12 pessoas entre 25 e 88 anos ficaram feridas no ataque em Boulder, muitas delas idosos. Espera-se que todas as vítimas sobrevivam, informou a polícia.

Um casal também ficou gravemente queimado, ambos ainda no hospital em "estado grave", disse seu rabino, Marc Soloway, à CNN na terça-feira.

“Tenho uma congregada de 80 anos que está em estado crítico, com queimaduras horríveis por todo o corpo, e estava caída no chão em chamas, trazendo de volta memórias horríveis de nossa própria história judaica”, disse Soloway.

Brian Horwitz, 37, estava em um café próximo quando o ataque começou. Ele ouviu os gritos e correu em direção ao suspeito.

“Foi facilmente a coisa mais horrível que já vi na minha vida”, disse Horwitz. “Tem alguém indignado o suficiente para atacar esses idosos que não fazem absolutamente nada para provocar isso, a não ser caminhar em silêncio e se reunir pacificamente num pátio. É inacreditável.”

Suspeito planejou ataque por um ano

Apenas uma coisa impediu Soliman de atacar antes, ele disse às autoridades: esperar sua filha se formar no ensino médio.

Soliman mirou nos manifestantes, que se reuniram para participar do evento global “Corra por Suas Vidas” para conscientizar sobre os 58 reféns israelenses que ainda estão em Gaza.

Ele disse aos detetives que estava em busca de vingança, pois sentia que o grupo não se importava com os reféns palestinos e que ele "queria matar todos os sionistas", de acordo com o depoimento.

Três dias depois que a filha mais velha de Soliman se formou no ensino médio, ele planejou ir até Boulder, deixando para trás um iPhone com mensagens para sua família escondido dentro de uma gaveta, de acordo com a denúncia federal.

Soliman, que nasceu no Egito, mas morou no Kuwait por 17 anos, chegou aos Estados Unidos em agosto de 2022 como visitante não imigrante e em 2023 recebeu uma autorização de trabalho de dois anos que expirou em março, disse uma autoridade da Segurança Interna na segunda-feira.

Ele conseguiu um breve emprego como contador após se mudar para Colorado Springs com a esposa e os filhos. A empresa de saúde Veros Health informou em um comunicado que Soliman era funcionário desde maio de 2023, mas saiu apenas três meses depois. A empresa não respondeu a perguntas sobre sua saída.

Na noite do ataque, o FBI executou um mandado de busca na casa da família em Colorado Springs. Eles cooperaram durante o mandato de busca e apreensão, afirmou o FBI na segunda-feira.

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