Papa Leão XIV pede cessar-fogo em Gaza e lamenta mortes de crianças

Pontífice também condenou ataques à Ucrânia e pediu apoios para diálogos de paz

Joshua McElwee, da Reuters
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O papa Leão XIV fez um apelo nesta quarta-feira (28) por um cessar-fogo em Gaza e pediu a Israel e aos militantes do Hamas que respeitem integralmente o Direito Internacional Humanitário.

“Na Faixa de Gaza, os gritos intensos de mães e pais que se agarram firmemente aos corpos de seus filhos mortos chegam cada vez mais ao céu”, declarou o pontífice durante sua audiência geral semanal na Praça de São Pedro.

Ele continuou: “Aos responsáveis, renovo meu apelo: parem os combates. Libertem todos os reféns. Respeitem integralmente o Direito Internacional Humanitário”.

Leão XIV, eleito em 8 de maio para substituir o falecido papa Francisco, também apelou pelo fim da guerra na Ucrânia.

O pontífice condenou novos ataques contra civis e infraestrutura na Ucrânia nos dias desde que a Rússia lançou o maior ataque aéreo da guerra de três anos.

“Renovo com vigor meu apelo para pôr fim à guerra e apoiar todas as iniciativas de diálogo e paz”, expressou.

Os dois apelos do líder da Igreja Católica, em italiano, foram feitos ao final da audiência, quando ele acrescentou alguns breves comentários ao texto preparado.

Crise em Gaza

Milhares de palestinos invadiram um local de distribuição de ajuda humanitária em Gaza na terça-feira (27), após 11 semanas de bloqueio israelense ao território.

Israel impôs o bloqueio aos suprimentos de ajuda humanitária em março, acusando o Hamas de confiscar suprimentos destinados a civis, acusação que o Hamas nega.

Francisco, que faleceu em 21 de abril, vinha intensificando as críticas à campanha militar de Israel em Gaza nos meses que antecederam sua morte.

Leão XIV, que completa três semanas como papa na quinta-feira (29), já mencionou o conflito diversas vezes.

Em sua primeira audiência geral, realizada na semana ada, ele pediu a Israel que permitisse a entrada de mais ajuda humanitária em Gaza.

Nesta quarta-feira, o pontífice também disse que os pais no território “são continuamente forçados a procurar um pouco de comida e um lugar mais seguro dos bombardeios”.

Israel lançou sua campanha em Gaza em retaliação ao ataque liderado pelo Hamas contra comunidades no sul de Israel em 7 de outubro de 2023, que matou cerca de 1.200 pessoas e levou ao sequestro de 251 reféns.

Os ataques israelenses já mataram mais de 54 mil palestinos e reduziu grande parte do superlotado território a escombros.