A maior parte da área queimada se concentrou na Amazônia, responsável por 84% do total, com 774,5 mil hectares afetados. O estado de Roraima liderou o ranking estadual, somando 415,7 mil hectares queimados no trimestre, seguido pelo Pará (208,6 mil ha) e Maranhão (123,8 mil ha).
Segundo Felipe Martenexen, pesquisador do IPAM e do MapBiomas Fogo, o destaque de Roraima se explica pelo seu regime climático distinto. “Enquanto boa parte do Brasil vive o período chuvoso, Roraima enfrenta sua estação seca, o que torna o estado mais vulnerável às queimadas nesse período”, pontua.
Em março de 2025, foram registrados 106,6 mil hectares queimados, o que representa uma queda de 86% em comparação ao mesmo mês do ano ado. A Amazônia respondeu por 51% da área atingida, com 55,1 mil hectares queimados, enquanto o Cerrado foi responsável por 37,8 mil hectares.
Apesar da tendência geral de redução, o Cerrado segue sendo motivo de preocupação. O bioma teve um aumento de 12% na área queimada no trimestre em relação a 2024, e março registrou um crescimento de 80% em relação à média histórica do mês.
“Esse dado reforça a importância de estratégias específicas de prevenção e combate ao fogo para cada bioma brasileiro”, alerta Vera Arruda, pesquisadora do IPAM e do MapBiomas Fogo.
Desde 2019, o Monitor do Fogo realiza o mapeamento mensal das áreas queimadas no Brasil, utilizando imagens de satélite com resolução de 10 metros. A plataforma permite acompanhar em tempo quase real a extensão e a localização das áreas afetadas, sendo uma ferramenta estratégica para a gestão ambiental e o enfrentamento das mudanças climáticas.
Todos os dados, mapas e relatórios estão disponíveis publicamente no site do MapBiomas.
*Sob supervisão