A CNN ouviu professores de algumas das principais instituições de cursinhos preparatórios para Enem e vestibulares para saber em quais desses embates internacionais os candidatos devem concentrar seus estudos para o exame.
"Observando a recorrência em provas anteriores", aconselha Bruno Queiroz, professor de Geografia no Ensino Médio do Bernoulli.
Ele ressalta que não é possível "prever" as questões, mas observar as perguntas de anos ados do Enem e dos vestibulares da Fuvest (para a Universidade de São Paulo) e da Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) é um bom caminho para se preparar.
Além disso, no caso específico dos conflitos globais, o professor indica se atentar "aqueles que impactaram a geopolítica do mundo na última década".
Israel x Hamas
As provas do Enem já estão preparadas e impressas e, portanto, os ataques terroristas de 7 de outubro e seus desdobramentos, apesar da relevância, não estarão nelas.
Houve um consenso entre os professores ouvidos, porém, de que o conflito que envolve Israel, o Hamas e a Palestina, que dura mais de 70 anos, deve estar no exame de 2023. A questão árabe-israelense é, segundo Bruno Queiroz, "a mais recorrente no Enem e em provas de vestibular".
O professor de Geografia e Atualidades Tiago Santos Salgado, do Poliedro Curso, lembra que há uma "longa tradição de disputas" envolvendo o território palestino. Ele orienta os candidatos a "compreender a historicidade do conflito para conseguir analisar seu momento", e não focar nos episódios mais recentes.
Vera Lúcia Antunes, coordenadora pedagógica do Objetivo e professora de Geografia, destaca que a relação Israel-Palestina esteve em "ao menos quatro edições" do Enem e pondera que conflitos com "fatos consolidados", como é o caso, são os mais habituais.
Veja imagens desse conflito:
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Acredita-se que o Hamas esteja abrigando no subsolo um número considerável de combatentes e armas
• Reuters
O conflito entre Israel e Hamas começou em 7 de outubro quando o grupo extremista islâmic disparou uma chuva de foguetes lançados da Faixa de Gaza sobre o país judaico. A ofensiva contou ainda com avanços de tropas por terra e pelo mar
• Reuters
Foguetes disparados em Israel a partir de Gaza
• REUTERS/Amir Cohen
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Após os ataques aéreos, o Hamas avançou no território israelense e invadiu a área onde estava acontecendo um festival de música eletrônica; mais de 260 corpos foram encontrados no local
• Reprodução CNN
Carros foram deixados para trás pelos motoristas que tentavam fugir do grupo extremista islâmico
• Reuters
Imagens mostram carros abandonados e sinais de explosões após ataque em festival de música eletrônica em Israel
• Reuters
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As forças israelenses responderam com uma contraofensiva que atingiu Gaza e deixou vítimas, inclusive, em campos de refugiados. Israel declarou "cerco total" e suspendeu o abastecimento de água, energia, combustível e comida ao território palestino
• 13/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
Destruição em campo de refugiados palestinos em Gaza após ataque aéreo de Israel
• Reuters
Pessoas carregam o corpo de palestino morto em ataque israelense no campo de refugiados de Jabalia, no norte da Faixa de Gaza
• 09/10/2023 REUTERS/Mahmoud Issa
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Campo de refugiados palestinos atingido em meio a ataques aéreos israelenses em Gaza
• Reuters
Prédios destruídos na Faixa de Gaza
• Ahmad Hasaballah/Getty Images
Escombros de prédio destruído após sataques em Sderot, no sul de Israel
• Ilia Yefimovich/picture alliance via Getty Images
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Delegacia destruída no sul de Israel após ataque do Hamas
• REUTERS/Ronen Zvulun
Palestinos queimam pneus de carros e bloqueiam estradas enquanto entram em confronto com as forças israelenses no distrito de Beit El, em Ramallah, na Cisjordânia
• Anadolu Agency via Getty Images
As Brigadas Izz ad-Din al-Qassam seguram uma bandeira palestina enquanto destroem um tanque das forças israelenses em Gaza
• Hani Alshaer/Anadolu Agency via Getty Images
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Bombeiros tentaram apagar incêndios em Israel após bombardeio de Gaza no sábado (7)
• Reuters
Foguetes disparados de Gaza em direção a Israel na manhã de sábado (7)
• CNN
Veja como funciona o sistema antimíssil de Israel
• CNN
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Ataque israelense na Faixa de Gaza
• 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza
• 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza
• Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Imagens se satélite mostram destruição na Faixa de Gaza
• Reprodução/Reuters
Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023.
• Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
Salva de foguetes é disparada por militantes do Hamas de Gaza em direção a cidade de Ashkelon, em Israel, em 10 de outubro de 2023.
• Majdi Fathi/NurPhoto via Getty Images
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Barco de pesca pega fogo no porto de Gaza após ser atingido por ataques de Israel.
• Reuters
Palestinos caminham em meio a destroços de prédios destruídos por Israel em Gaza
• 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
Palestinos caminham em meio a destroços de prédios em Gaza destruídos por ataques de Israel
• 09/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Soldados israelenses carregam corpo de vítima de ataque realizado por militantes de Gaza no kibbutz de Kfar Aza, no sul de Israel
• 10/10/2023 REUTERS/Violeta Santos Moura
Destruição em Gaza provocada por ataques israelenses
• 10/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
Ataque israelense na Faixa de Gaza
• 10/10/2023 REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
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Casas e prédios destruídos por ataques aéreos israelenses em Gaza
• 10/10/2023 REUTERS/Shadi Tabatibi
Munição israelense é vista em Sderot, Israel, na segunda-feira
• Mostafa Alkharouf/Anadolu Agency via Getty Images
Tanque de guerra israelense estacionado perto da fronteira de Gaza
• Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
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Chamas e fumaça durante ataque israelense a Gaza
• 09/10/2023REUTERS/Mohammed Salem
Sistema antimísseis de Israel intercepta foguetes lançados da Faixa de Gaza
• 09/10/2023REUTERS/Amir Cohen
Hospital na Faixa de Gaza usa geladeiras de sorvete para colocar cadáveres devido à superlotação do necrotério
• Ashraf Amra/Anadolu via Getty Images
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Fumaça sobe após um ataque aéreo israelense no oitavo dia de confrontos na Faixa de Gaza, em 14 de outubro de 2023
• Ali Jadallah/Anadolu via Getty Images
Homem palestino lava as mãos em uma poça ao lado de um prédio destruído após os ataques israelenses na Cidade de Gaza
• Ahmed Zakot/SOPA Images/LightRocket via Getty Images
Embaixada dos EUA no Líbano é alvo de protestos
• Reprodução CNN
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Palestinos protestam na Cisjordânia contra ataques de Israel
Hospital em Gaza é atingido por um míssil
• Reprodução
Hospital atacado em Gaza
• Reprodução
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Palestinos procuram vítimas sob escombros de casas destruídas por ataque israelense em Rafah, no sul da Faixa de Gaza
• 17/10/2023REUTERS/Ibraheem Abu Mustafa
Cidadã palestina inspeciona sua casa destruída durante ataques israelenses no sul da Faixa de Gaza em 17 de outubro de 2023 em Khan Yunis
• Ahmad Hasaballah/Getty Images
Tanque de guerra israelense
• Saeed Qaq/Anadolu via Getty Images
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Ataque de Israel contra Gaza
• 11/10/2023REUTERS/Saleh Salem
Rússia x Ucrânia
Outra "unanimidade" para os professores é a guerra entre Rússia e Ucrânia, em curso desde fevereiro de 2022.
Como no embate Israel-Palestina, as origens desse também são mais antigas. A professora Vera lembra que, no último Enem, a anexação da Crimeia pela Rússia, em 2014, ganhou uma pergunta.
"É um conflito importante também por se relacionar a outros conteúdos que podem ser cobrados na prova, como a formação e o fim da União Soviética", diz Tiago.
Bruno pondera que, além do confronto bélico, a guerra mobilizou embargos econômicos de diversos países, o que demonstra seu impacto na geopolítica para além dos dois países envolvidos.
Outros conflitos para ficar de olho
Para o professor Bruno Queiroz, além dos conflitos militares, propriamente ditos, a geopolítica da China pode ser abordada no Enem: "Ela incide sobre guerras comerciais, questões econômicas e áreas de influência, além da tensão internacional com Taiwan".
O governo chinês ameaça Taiwan, que tem um governo próprio desde 1949, com a possibilidade de uma invasão militar.
Já a região do Sahel, no continente africano, tem o "maior índice de fome no mundo, problemas sociais gravíssimos e uma série de quedas de governo e ascensão de governos militares" como fatores que a colocam em evidência para o exame deste ano, segundo Vera Antunes.
Bruno descreve o território, que cruza o continente de Senegal à Etiópia, como o "cinturão do golpe" na África.