O caso aconteceu na segunda-feira (26), e o boletim de ocorrência foi registrado no dia seguinte, (27). Segundo Nayara, ela chegou ao local, pediu um lanche e começou a trabalhar no notebook. Em seguida, participou de uma reunião on-line, que, segundo ela, durou pouco mais de uma hora. Em determinado momento, a gerente teria se aproximado questionado quanto tempo mais ela ficaria no local pois aquele não seria um local de trabalho.

Segundo relatou Nayara nas redes sociais, a abordagem aconteceu de forma “ivo-agressiva”. Ela afirmou ainda que outras pessoas brancas também estavam no local pelo mesmo tempo que ela e trabalhando em notebooks. No entanto, ela diz que essas pessoas não foram abordadas e questionadas sobre a permanecia no local. “Isso só reforça o caráter seletivo da ação. Me senti profundamente constrangida, expulsa e segregada."

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“A abordagem foi feita de forma constrangedora, descuidada e infantilizada, sem qualquer política visível ou aviso prévio do estabelecimento sobre tempo de permanência ou uso de notebooks”, acrescentou Nayara.

Após o relato ganhar repercussão nas redes sociais, a padaria Fofo de Belas se manifestou pelas redes sociais e negou que tenha ocorrido discriminação ou racismo. Afirmou ainda que a solicitação de mudança de lugar, seria para acomodar um grupo maior de pessoas.

“Em nenhum sentido houve qualquer interação de excluir, esconder ou desrespeitar a cliente. Naquele horário, a casa começava a contar com um grande volume de visitantes, sendo que a cliente ará algumas horas no local que ela mesmo escolheu, sem qualquer interferência por parte de nossa equipe”, diz a direção da padaria.

Procurada pela CNN, a Polícia Civil informou que "apura os fatos denunciados em Inquérito Policial" instaurado na terça-feira "para investigar o crime previsto no artigo 8º da Lei de Racismo: impedir ou recusar atendimento em estabelecimentos comerciais abertos ao público por motivo de raça ou cor".

A investigação é feita pela Delegacia Especializada em Repressão a Crimes de Racismo, Xenofobia, LGBTfobia e Intolerâncias em Belo Horizonte.

Veja a nota da empresa:

Nota divulgada pela padaria após acusação de racismo • Reprodução
Nota divulgada pela padaria após acusação de racismo • Reprodução
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