Após sete dias de buscas intensas, o corpo de Vitória Regina de Sousa, a jovem de 17 anos desaparecida em Cajamar, na Grande São Paulo, foi encontrado em uma área de mata na última quarta-feira (5).
O secretário de Segurança de Cajamar, Leandro Arantes, informou que o corpo foi localizado em uma travessa da estrada Francisco Missé, no caminho para Jundiaí, aproximadamente 20 metros mata adentro. O local fica a cerca de 5 km da residência da vítima, no bairro de Ponunduva, em Cajamar.
O caso chamou a atenção das autoridades pela característica "pacata" da região, informou Leandro Arantes. Em declaração, ele disse que a polícia não costuma ser acionada para esse tipo de crime na cidade.
"Cajamar é uma cidade bem pacata. 80% dos nossos casos aqui são de perturbação de sossego. Nós nunca tivemos um caso assim de desaparecimento, um caso de tamanha repercussão e brutalidade, que nem foi o caso da garota Vitória. E então choca, mas assim, é um caso que a gente trata como isolado", afirmou o secretário.
Vitória desapareceu no dia 26 de fevereiro, após sair do trabalho em um shopping da cidade e pegar um ônibus para casa. Durante o trajeto, a jovem trocou mensagens com uma amiga, relatando que estava com medo de estar sendo seguida por dois homens.
Em áudios enviados à amiga, Vitória expressou seu alívio ao perceber que os homens a haviam deixado, mas, em seguida, manifestou desespero ao notar que os mesmos suspeitos estavam em um carro e se aproximavam dela.
As buscas por Vitória mobilizaram mais de 100 agentes, incluindo guardas civis, agentes de trânsito, Defesa Civil, fiscalização municipal e investigadores da Polícia Civil, além de cães farejadores e drones.
O corpo de Vitória foi encontrado em estado avançado de decomposição e com sinais de agressão. A justiça deferiu o pedido de prisão temporária do ex-namorado da jovem, que já havia sido ouvido e liberado anteriormente. Mais de 11 testemunhas foram ouvidas e dois veículos foram apreendidos e periciados.
A CNN preparou uma linha cronológica desde o desaparecimento até o momento em que o corpo foi encontrado nessa quarta-feira (5). Confira.
De acordo com o delegado do caso, Fábio Lopes Cenachi, a resolução é cheia de complexidades e desafios. O estado em que corpo foi encontrado dificulta a investigação.
Parte da complexidade do caso envolve a precaução adotada pela polícia em evitar a divulgação de informações que possam comprometer o trabalho da polícia ou causar ainda mais sofrimento aos familiares da vítima.
“Não podemos nos render a essa ânsia de informar e essa ânsia de publicar, porque nós prejudicamos a investigação, afetamos a família e nós não sabemos o destino final da investigação”, ponderou Cenachi.
O delegado também ressalta a necessidade de considerar todas as possibilidades e investigar todos os elementos de prova.