O caso aconteceu em 2022, quando o corpo do marido foi encontrado dentro de um freezer em sua residência em Lacerdópolis (SC). A esposa, Cláudia Fernanda Tavares, confessou o crime.
De acordo com relatório do MPSC, durantes as investigações, familiares e amigos da vítima estranharam o comportamento de Cláudia Tavares durante as buscas pelo marido desaparecido.
O filho da vítima teria relatado que a madrasta demonstrava um interesse incomum pelo freezer, vigiando-o constantemente. Testemunhas também notaram que o eletrodoméstico, que estava vazio no domingo, misteriosamente apareceu cheio na terça-feira. Um vizinho do casal, desconfiou da situação e tentou verificar o conteúdo do freezer, mas foi impedido pela autora do crime.
A descoberta do corpo ocorreu após o vizinho denunciar para um policial militar, que informou a policial civil e autorizou a entrada na residência. Ao abrirem o freezer, encontraram o corpo envolto em um pano. A polícia suspeitou imediatamente de homicídio, considerando as contradições e a frieza de Cláudia.
Em seu interrogatório, Cláudia Tavares confessou ter matado o marido após uma discussão. Ela alegou ter sido vítima de agressões e ameaças por parte do ex-companheiro.
Segundo Cláudia, o marido era ciumento, possessivo e a impedia de trabalhar. A filha do casal confirmou o histórico de violência doméstica. Uma amiga que abrigou Cláudia em 2019 também relatou ter visto lesões e hematomas na acusada.
Cláudia Fernanda Tavares, acusada de homicídio duplamente qualificado, ocultação de cadáver e falsidade ideológica, ou por diferentes etapas no processo judicial. Inicialmente, após a denúncia ser aceita pela Justiça, ela teve um pedido de habeas corpus negado pelo Tribunal de Justiça de Santa Catarina (TJSC) e permaneceu presa preventivamente no Presídio Regional Feminino de Chapecó.
Posteriormente, a 1ª Câmara Criminal do TJSC concedeu um habeas corpus, e um alvará de soltura foi expedido para colocá-la imediatamente em liberdade. O TJSC entendeu que medidas cautelares diversas da prisão seriam suficientes no caso, concluindo que não havia indicativos concretos de que, em liberdade, ela prejudicaria a instrução criminal, obstaria a aplicação da lei penal ou afetaria a garantia da ordem pública.
Durante o tempo em que esteve em liberdade, a defesa afirma que ela cumpriu rigorosamente as medidas cautelares, incluindo o uso de tornozeleira eletrônica por 90 dias e comparecimento mensal ao fórum.
No entanto, o Ministério Público de Santa Catarina (MPSC) interpôs um recurso especial contra a decisão do TJSC no Superior Tribunal de Justiça (STJ). O STJ deu provimento ao recurso do MPSC, revertendo a decisão do TJSC.
O STJ argumentou que a substituição da prisão preventiva por medidas cautelares não se harmonizava com as peculiaridades do caso e a gravidade da conduta imputada, considerando que havia "evidente desproporcionalidade" e necessidade de garantir a ordem pública com a prisão.
A CNN busca contato com a defesa de Cláudia Fernanda Tavares. O espaço segue aberto.