Lula cobra empresários e critica cortes sociais: "Economizar pra quem">Em discurso em Santa Catarina, presidente associa crescimento econômico à distribuição de renda e condena cortes em áreas como educação, cultura e direitos humanos feitos na gestão ada

O presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva (PT), cobrou nesta quinta-feira (29) investimentos do setor empresarial e criticou cortes de ministérios feitos no governo de seu antecessor.
"Os empresários voltaram a acreditar, mesmo os que não gostam de nós. E não precisam gostar. A gente não está propondo casamento a ninguém. A gente está propondo que gostem do Brasil, que goste do povo, e façam investimento. Porque se fizer, vai ter retorno", afirmou o chefe do Executivo durante cerimônia da retomada das operações do Porto de Itajaí, em Santa Catarina.
"O que aconteceu com o país nesses últimos quatro anos? Educação, pesquisa, saúde, emprego, tudo que havíamos criado", questionou Lula.
"Até acabaram com o Ministério do Trabalho, Cultura, Racial, Direitos Humanos, para economizar. Economizar para quem? Para dar dinheiro para os ricos e as pessoas não terem dinheiro? Economizar para quem?", declarou o presidente.
O evento em que Lula discursou contou com as presenças do ministro de Portos e Aeroportos, Silvio Costa Filho, e do presidente do Serviço Brasileiro de Apoio às Micro e Pequenas Empresas (Sebrae), Décio Lima, além do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
O governador do estado, Jorginho Mello (PL), e o prefeito de Itajaí, Robison Coelho (PL), não compareceram. Ambos integram o Partido Liberal, de oposição ao governo Lula.
O porto, que está sob gestão do governo federal desde janeiro deste ano, terá quase R$ 1 bilhão investidos em modernização e ampliação do local. O aporte de R$ 844 milhões, de acordo com o Poder Executivo, "pretende impulsionar a movimentação de cargas, gerar empregos e fortalecer a economia local".
Ainda durante o evento, o petista criticou a concentração de renda, afirmando que "a economia não pode ficar atrofiada", e "uma nação em que tem pouca gente com muito dinheiro é uma nação pobre".