Nesta terça-feira (3), Zambelli anunciou que deixou o Brasil. Segundo a deputada – condenada pelo Supremo Tribunal Federal (STF) a uma pena de dez anos de prisão por invasão do sistema do Conselho Nacional de Justiça (CNJ) –, ela deve ir à Itália e fixar residência. Posteriormente, a Procuradoria-Geral da República (PGR) pediu sua prisão preventiva.
De acordo com o Diário Oficial do município, Aginaldo ficaria fora até 30 de maio. O secretário adjunto, Marcos Antonio Jesus, ficou em seu lugar. O parente do coronel que precisava de cuidados médicos não foi especificado — contudo, a própria deputada chegou a citar em entrevista que partiu "há alguns dias" para "buscar tratamento médico".
Aginaldo chegou a disputar a Prefeitura de Caucaia em 2024, mas não obteve êxito.
Ele apareceu em último lugar, com 12,26% dos votos. O coronel também foi responsável por comandar a Força Nacional de Segurança Pública, ligada ao Ministério da Justiça, durante o governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), por três anos.
À CNN, a deputada federal afirmou que está nos Estados Unidos e que, de lá, deve ir à Itália. Ela ressaltou ter cidadania italiana e que, por este motivo, não seria extraditada para o Brasil.
Ainda em entrevista, a deputada relatou que algumas das motivações foram seu estado emocional e que pretende retornar ao país para concluir seu mandato.
A reportagem questionou a Prefeitura de Caucaia sobre o retorno de Aguinaldo ao cargo.
Em nota, o Executivo municipal da cidade afirmou que o secretário formalizou um novo pedido de licença para "acompanhar um familiar em tratamento de saúde", e que o retorno ao cargo agora está previsto para 1º de julho.
A CNN entrou em contato com a equipe de Carla Zambelli para confirmar se o marido se encontra no exterior com a deputada e aguarda retorno.
Em maio, Carla Zambelli foi condenada pelo Supremo Tribunal Federal por invadir o sistema do Conselho Nacional de Justiça.
A Primeira Turma do Supremo a condenou a dez anos de prisão em regime inicialmente fechado, além da perda do mandato parlamentar, que ainda deve ser declarada pela Câmara dos Deputados e a sua inelegibilidade.
Uma indenização de R$ 2 milhões por danos morais e coletivos ainda foi colocada. Zambelli também é alvo de outro inquérito no STF, no qual responde por crimes de porte ilegal de arma de fogo e constrangimento ilegal.
Ela foi acusada de perseguir um homem em São Paulo durante as eleições de 2022, com uma arma em punho. Nesse caso em específico, ela não foi condenada.