O psolista assumiria a pasta que atualmente é comandada por Márcio Mâcedo, que também viajou a Montevidéu, capital do Uruguai, junto de Lula e outros ministros.
A troca na esplanada representa uma tentativa do governo de se aproximar do eleitorado pensando nas eleições de 2026, uma vez que o ministério é o responsável pelas agendas do presidente com representantes de grandes movimentos sociais, como o Movimento dos Trabalhadores Sem Teto (MTST), muito ligado a militância de Boulos.
Em abril, o petista já havia sondado Boulos sobre a possibilidade de deixar a Câmara dos Deputados e ir para um ministério. As tratativas envolvem inclusive que o deputado – mais votado de São Paulo em 2022, com 1.001.453 – desista de concorrer novamente na disputa eleitoral do ano que vem.
A CNN apurou que a possibilidade do Boulos deixar a legenda nestas condições representa um compromisso com um projeto pessoal, que exclui decisões coletivas e partidárias firmadas pela sigla e seus parlamentares.
Ver essa foto no Instagram
Boulos estaria ainda fazendo estes movimentos de transição sozinho, sem ter conversado com nenhum outro deputado. Alguns psolistas avaliam que não competir em 2026 pode prejudicar o partido, visto que o deputado é um dos nomes com maior capacidade de puxar votos.
O partido, que tem como pilar a tomada de decisões em coletivo, definiu ainda em 2022, que ao compor a base do governo no legislativo, não assumiria cargos executivos, como um ministério.
Por isso, a especulação dessa mudança aflige deputados.
Segundo integrantes do partido, a saída de Boulos pode acontecer na próxima semana, visto que não houve ainda nenhuma interlocução interna. Além do fato de que a atual líder da legenda na Câmara, Talíria Petrone (RJ), viajou à China com Lula nos últimos dias, o que impediu encontros oficiais da bancada, em Brasília.
Aliados do deputado confirmam que ele vem dialogando com os colegas de bancada e que as acusações de que o ingresso do parlamentar na Esplanada partem de uma ala minoritária do Psol.