O câncer de pele melanoma representa apenas 4% dos tumores cutâneos malignos, mas é considerado o mais grave devido à sua alta possibilidade de provocar metástases (ou seja, de se espalhar para outros órgãos). De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (Inca), são anualmente estimados quase nove mil casos da doença no Brasil.

Leia Mais

A exposição prolongada e repetida aos raios ultravioleta já é amplamente conhecida como um dos principais fatores de risco para o câncer de pele melanoma. Agora, cientistas aprimoraram a precisão das estimativas de câncer relacionados a esse fator com base em dados anteriores do Global Cancer Observatory, da Iarc.

A pesquisa mostra que 83% de todos os novos casos de melanoma no mundo em 2022 foram causados pela exposição à radiação UV. Desses, 57% ocorreram em homens, e a maior carga da doença foi observada na população mais velha e em pessoas com pele clara.

Segundo o estudo, as regiões com as maiores taxas de melanoma relacionado à radiação UV foram a Austrália, Nova Zelândia, Europa Setentrional e América do Norte, onde mais de 95% dos casos da doença foram causados pelos raios ultravioleta.

Projeções indicam mais de 510 mil novos casos de melanoma em 2040

Embora as taxas de incidência de melanoma entre as gerações mais jovens estejam em queda, o crescimento populacional e o envelhecimento da população devem gerar um aumento no número de diagnósticos desse tipo de câncer de pele.

Projeções recentes indicam mais de 510 mil novos casos e 96 mil mortes em 2040, um aumento de 50% e 68%, respectivamente, segundo a Iarc. Em 2022, foram estimados 331.700 casos de melanoma cutâneo diagnosticados no mundo, resultando em 58.700 mortes.

“A maioria dos casos de melanoma cutâneo é prevenível”, afirmou Oliver Langselius, cientista da IARC e autor principal do estudo, em comunicado. “Nossos achados não apenas permitem estimativas globais mais precisas do melanoma cutâneo causado pela radiação UV, mas também destacam a necessidade urgente de intensificar os esforços de saúde pública na promoção da proteção solar. Fortalecer a conscientização e a proteção contra a radiação UV, especialmente em regiões de alto risco e entre populações mais idosas, é fundamental para reduzir a carga global dessa doença.”

Tópicos
Câncer de peleMelanomaOMS (Organização Mundial da Saúde)