Especialistas ouvidos pela CNN explicam de que forma a substância pode ser utilizada e quais cuidados devem ser tomados.
Segundo o ortopedista Gustavo Tadeu Sanchez, que também é diretor da Sociedade Brasileira do Trauma, a arnica pode sim ter um papel como adjuvante no tratamento de inflamações e dores musculares, embora seu uso exija alguns cuidados.
“A arnica é uma substância utilizada normalmente para alívio de dor e processos inflamatórios. Ela está mais na classe dos fitoterápicos, não é um remédio comum da classe alopata”, explica o especialista.
Embora haja pesquisas que apontem alguma eficácia da arnica em determinados quadros clínicos, a literatura médica ainda é dividida. “Tem alguns estudos que provam uma certa eficácia para esse tipo de indicação, já outros estudos relutam em afirmar que ela tem uma alta eficiência”, afirma o ortopedista.
"De hematomas, processos inflamatórios e casos de dor, como no caso do personagem da novela, ela pode ser utilizada como uma forma adjuvante no tratamento em pacientes que não sejam alérgicos e que não tenham contraindicações como gestantes e crianças menores de 12 anos", acrescenta.
Além disso, outra contraindicação é utilizar a arnica em feridas. A aplicação envolve apenas alguns tipos de lesões como, por exemplo, contusões e entorces com lesões ligamentares, que também devem seguir o tratamento adequado para o tipo de lesão.
Segundo a dermatologista Sabrina Aquino, membro da Sociedade Brasileira de Dermatologia – Regional São Paulo (SBD-RESP), a aplicação tópica da arnica pode ser eficaz em diversos casos, desde que feita com responsabilidade e com indicação adequada.
“Existem várias apresentações comerciais de arnica: gel massageador, pomadas, cremes, extratos oleosos e hidroalcoólicos. Como existem vários veículos, a recomendação médica é essencial, pois, de acordo com o diagnóstico, usamos um veículo diferente”, diz a especialista.
A dermatologista complementa: “Na minha prática, uso a arnica na forma de creme ou pomada para equimoses leves”.
Apesar dos benefícios potenciais, o uso indiscriminado da planta pode trazer riscos. Aquino alerta para possíveis efeitos colaterais, como irritações cutâneas e dermatites, além de prejuízos sistêmicos caso a substância seja absorvida em excesso ou utilizada de maneira inadequada.
A recomendação final da médica é clara: mesmo se tratando de um produto natural, a arnica deve ser utilizada apenas com orientação médica. "Sempre procure um médico e não se automedique", reforça.