De acordo com as recomendações diárias do Institute of Medicine (2010) para selênio, os adultos devem consumir 55 mcg (microgramas) de selênio por dia. No entanto, uma única castanha-do-pará há cerca de 135 mcg, conforme dados da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos.
"Assim como diversos nutrientes, o consumo excessivo pode ser tóxico. No caso do selênio, sua ingestão excessiva pode resultar em problemas de saúde adversos, incluindo sintomas como perda de cabelo e unhas, lesões de pele, distúrbios do sistema nervoso e até paralisia", afirma Renata Boaventura, nutricionista e professora do curso de nutrição do Centro Universitário Braz Cubas.
Além disso, a castanha-do-pará possui gordura em sua composição, principalmente gorduras mono e poli-insaturadas. Apesar de serem benéficas para a saúde, fornecem grande quantidade de calorias que, em grande quantidade, podem contribuir para o ganho de peso, de acordo com Boaventura.
Uma porção média de castanha-do-pará (30 gramas ou oito unidades), possui 202 calorias. Uma porção de 100 gramas, possui 674. Os dados são da Tabela Brasileira de Composição de Alimentos.
Segundo Boaventura, para evitar o excesso de selênio, o ideal é não consumir mais de três unidades de castanhas-do-pará por dia.
"Ela pode ser consumida pura, com iogurte ou com fruta, por exemplo. Pode ser colocada em receitas como bolos e panquecas. É possível fazer uma pasta de castanha também", explica a nutricionista. "O importante é se atentar para não ultraar a quantidade recomendada por dia", ressalta.
A castanha-do-pará, quando consumida em quantidade moderada e aliada a uma alimentação equilibrada, pode trazer diversos benefícios para a saúde.
O próprio selênio, se não consumido em excesso, possui funções importantes no organismo. "O selênio tem função antioxidante, participa do metabolismo de hormônios da tireoide e auxilia na redução do risco de doenças crônicas não transmissíveis, como câncer, doenças cardiovasculares e diabetes mellitus, atua também no aumento da resistência no sistema imunológico, fertilidade e reprodução e função neurológica", afirma Boaventura.
Além disso, um trabalho recente realizado na Universidade Federal de Viçosa (UFV), em Minas Gerais, mostrou que a semente pode atuar contra inflamações e na prevenção de obesidade. O artigo foi publicado em setembro no periódico científico The Journal of Nutrition.
Para o estudo, foram recrutadas 56 mulheres com sobrepeso e obesidade, que receberam tratamento para perda de peso, com orientação dietética e restrição calórica. A turma foi dividida em duas, sendo que uma parte consumiu a castanha-do-Pará diariamente e a outra não ingeriu a oleaginosa.
Após oito semanas, por meio de análises de sangue, concluiu-se que, entre aquelas que comeram o alimento, as concentrações de marcadores inflamatórios eram menores. O grupo apresentou valores mais baixos para a proteína C-reativa, o fator de necrose tumoral e a interleucina 1-beta, por exemplo.