Assim como outros animais, os anfíbios desempenham um papel fundamental na dinâmica da natureza, especialmente em ecossistemas aquáticos e terrestres.
Por exemplo, sapo são predadores de mosquitos, escorpiões, aranhas e outros animais que podem transmitir doenças. Além disso, são considerados bioindicadores da qualidade ambiental, pois sua presença (ou ausência) reflete o equilíbrio do ambiente em que vivem.
Para ser considerado um animal anfíbio, ele deve pertencer a uma das três ordens da classe Amphibia:
Os animais da ordem Anura possuem patas traseiras desenvolvidas e são capazes de saltar. Já os da ordem Caudata têm o corpo alongado, com cauda, e se movem de forma semelhante a lagartos. Por fim, os Gymnophiona têm o corpo cilíndrico, sem patas e lembram minhocas ou cobras.
Inclusive, alguns desses animais são estudados pela indústria farmacêutica, pois produzem secreções com potencial para o desenvolvimento de medicamentos.
Essas secreções também são utilizadas em rituais culturais de diferentes tradições indígenas. Um exemplo é o sapo-macaco-gigante (Phyllomedusa bicolor), comumente usado por tribos da Amazônia e conhecido como Kambô — nesses rituais, sua secreção é aplicada em pequenas queimaduras feitas na pele.
Segundo a organização AmphibiaWeb, mais de 8.800 espécies de anfíbios já foram catalogadas em todo o mundo. No Brasil, uma lista publicada pelo Ministério do Meio Ambiente em 2022 indica que existem 1.188 espécies registradas no território nacional.
Publicado no final de 2023, o relatório State of the World's Amphibians descreve que já foram confirmadas 37 espécies de anfíbios completamente extintas na natureza. Além disso, outras duas espécies desapareceram da natureza e sobrevivem apenas em cativeiro.
Das mais de oito mil espécies conhecidas, 41% estão ameaçadas de extinção, e mais de 900 não possuem dados suficientes para que seu risco de extinção seja avaliado. No contexto das mudanças climáticas, 846 estão ameaçadas por efeitos como o aumento da temperatura, a alteração de habitats e outros impactos ambientais.
Atualmente, os anfíbios são considerados o grupo de vertebrados mais ameaçado do planeta, com quase metade em risco de extinção. Enquanto 41% dos anfíbios enfrentam algum grau de ameaça, esse percentual é de aproximadamente 26% entre os mamíferos e 15% entre as aves.
A principal causa da ameaça de extinção dos anfíbios é a perda de habitat natural, provocada pela destruição de florestas tropicais, uso de pesticidas, drenagem de lagos e rios, entre outras atividades humanas.
“A perda e a degradação de habitat são a principal ameaça aos anfíbios, afetando 2.686 espécies ameaçadas. Terras estão sendo rapidamente desmatadas para a produção de madeira, enquanto a expansão agrícola e urbana está substituindo habitats chave para anfíbios”, segundo o State of the World's Amphibians.
Em segundo lugar, as mudanças climáticas representam um grave risco, já que esses animais são extremamente sensíveis a variações de temperatura e umidade — fatores cada vez mais alterados pelos efeitos dos gases de efeito estufa.
A terceira maior ameaça são as doenças, em especial o fungo causador da quitridiomicose, responsável pela extinção de pelo menos nove espécies desde a década de 1980.
Outros fatores que contribuem para o declínio dos anfíbios incluem o aumento das queimadas, a predação por espécies invasoras e o uso desses animais para fins gastronômicos, medicinais ou como animais de estimação.