O fenômeno, intensificado durante o "máximo solar" (pico de atividade do Sol a cada 11 anos, ocorrido pela última vez no fim de 2024), aquece e expande a atmosfera terrestre, aumentando o arrasto sobre os satélites.
O levantamento, liderado pelo pesquisador brasileiro Denny Oliveira e seus colegas do Centro Goddard em Maryland, revelou que as tempestades geomagnéticas aceleram a reentrada dos satélites na Terra. Durante o máximo solar, a vida útil de um satélite pode ser reduzida em até 10 dias, de acordo com os pesquisadores.
"Descobrimos que, quando temos tempestades geomagnéticas, a reentrada dos satélites é mais rápida do que se esperava", afirmou Oliveira, em entrevista à revista New Scientist. "É a primeira vez na história que temos a reentrada de tantos satélites ao mesmo tempo. Em poucos anos, teremos a reentrada de satélites todos os dias."
Com mais de 7 mil satélites Starlink na órbita da Terra e reentradas semanais, o efeito da atividade solar tem se tornado mais evidente. Entre 2020 e 2024, 523 satélites Starlink reentraram na atmosfera.
Para o pesquisador Sean Elvidge, da Universidade de Birmingham, também citado pela revista New Scientist, esse movimento pode ter um lado positivo: a remoção mais rápida de satélites desativados, o que reduziria o lixo espacial. Mas a reentrada acelerada também levanta preocupações.
Oliveira alerta para a chance de objetos não se desintegrarem completamente, podendo atingir o solo. Em agosto de 2024, um fragmento de um satélite Starlink de 2,5 kg foi encontrado no Canadá, um caso raro, mas que, segundo Samantha Lawler, da Universidade de Regina, pode indicar que outros detritos aram despercebidos.
A SpaceX não comentou o estudo dos pesquisadores da Nasa.