Os historiadores agora acreditam que um novo projeto de escaneamento subaquático pode fornecer respostas para algumas das perguntas não respondidas sobre a tragédia que matou mais de 1.500 pessoas.
Uma equipe de cientistas usou o mapeamento do mar profundo para criar "um 'Gêmeo Digital' exato do naufrágio do Titanic pela primeira vez", de acordo com um comunicado divulgado na quarta-feira (17) pelos investigadores da Magellan e pelos cineastas da Atlantic Productions.
Ao realizar o “maior projeto de escaneamento subaquático da história”, os cientistas conseguiram “revelar detalhes da tragédia e descobrir informações fascinantes sobre o que realmente aconteceu com a tripulação e os ageiros naquela noite fatídica” de 14 de abril de 1912.
As varreduras do naufrágio foram realizadas no verão de 2022 por um navio especializado estacionado a 700 km da costa do Canadá, de acordo com o comunicado.
Protocolos rígidos proibiam os membros da equipe de tocar ou perturbar os destroços, o que os investigadores enfatizaram ser tratado com o “máximo respeito”.
Cada milímetro de seu campo de destroços de cinco quilômetros foi mapeado em detalhes minuciosos, disse o comunicado à imprensa.
A réplica digital final conseguiu capturar todo o naufrágio, incluindo a proa e a popa, que se separaram após o naufrágio em 1912.
Parks Stephenson, um especialista que estuda o Titanic há 20 anos, elogiou o projeto como um “divisor de águas” que conseguiu desenterrar “detalhes nunca antes vistos”.
“Temos dados reais que os engenheiros podem usar para examinar a verdadeira mecânica por trás da separação e do naufrágio e, assim, chegar ainda mais perto da verdadeira história do desastre do Titanic”, observou Stephenson.
Um desses exemplos pode ser encontrado na hélice, onde o número de série pode ser visto pela primeira vez em décadas.
Cerca de 715.000 imagens e 16 terabytes de dados foram coletados durante a expedição - que a Magellan estima ser “aproximadamente dez vezes maior do que qualquer modelo 3D subaquático já tentado antes”, disse o CEO da Magellan, Richard Parkinson.
Parkinson descreveu a missão como “desafiadora”, referindo-se à luta da equipe contra “os elementos, o mau tempo e os desafios técnicos”.
Enquanto as imagens ópticas anteriores do navio eram limitadas pelo baixo nível de luz e pela baixa qualidade da luz a 12.500 pés (3,8 quilômetros) abaixo da água, a nova técnica de mapeamento “retirou efetivamente a água e deixou a luz entrar”, disse o comunicado à imprensa.
De acordo com o especialista em captura 3D Gerhard Seiffert, o “modelo 3D fotorrealístico de alta precisão” permitiu que as pessoas diminuíssem o zoom e olhassem para todo o naufrágio “pela primeira vez”.
“Este é o Titanic como ninguém nunca tinha visto antes”, acrescentou Seiffert.
De acordo com Stephenson, esse mapeamento anunciará o “início de um novo capítulo” para a pesquisa e exploração do Titanic.
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